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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Para o suicida deprimido: Eu sei como você se sente

Eu não consegui afastar a sensação de que eu precisava escrever esta carta aberta. Se alguém que você conhece está lutando com a depressão ou pensamentos suicidas, por favor, compartilhe esta carta com ele.

  • Este artigo foi originalmente publicado no blog "On a literal odissey" e republicado aqui com permissão do autor, traduzido e adaptado por Stael Pedrosa Metzger.

    Para todos os que estão lutando com a depressão,
    Eu não conheço você. Eu não sei quem você é ou de onde você é. Eu não conheço seu mundo, nem suas circunstâncias únicas. Eu não sei se sua depressão é resultado de sua disposição genética, ou se ela é causada por algo terrível que aconteceu com você no passado. Eu não sei se você está passando por uma grande mudança em sua vida, ou se você está lutando para lidar com a perda de um ente querido.
    Há um monte de coisas sobre sua luta com a depressão que eu simplesmente não sei.
    Mas deixe-me dizer-lhe algumas coisas que eu conheço.
    Eu sei como você se sente.
    Eu sei como você se sente não tendo alguém que entenda o que você está passando.
    Eu sei como é se sentir sozinho em uma sala lotada; sentir como que usando uma "máscara feliz" em público, sentir como se estivesse escorregando mais e mais para um desespero insolúvel.
    Eu sei como se sente ao perder o interesse em coisas que antes lhe trouxe alegria e felicidade; sentir os alimentos perderem o seu sabor, a natureza perder a sua beleza, e o mundo perder sua cor.
    Eu sei como se sente ao querer ser deixado sozinho, e ao mesmo tempo (desesperadamente) ansiar por alguém que chegue e o ajude.
    Eu sei como se sente ao fazer tudo, absolutamente tudo, para tentar preencher o vazio crescente dentro de você. Eu sei como se sente ao tentar se automedicar e silenciar a dor com tudo e qualquer coisa: sono excessivo, televisão, alimentos, analgésicos ou outros vícios.
    Eu sei como se sente ao cair de joelhos e implorar a Deus para livrá-lo da terrível solidão da escuridão em sua mente só para se sentir como se o chão se abrisse debaixo de você e então mergulhar em um abismo ainda mais escuro.
    Eu sei como se sente, porque eu sofria de depressão desde que eu era criança. Em 2006, minha depressão culminou em uma tentativa de suicídio que quase me tirou a vida.
    Eu sei como é estar deprimido e estou intimamente consciente dos pensamentos e sentimentos que levam ao suicídio.
    Mas eu também sei algumas outras coisas. E é por isso que estou escrevendo para você.
    Eu sei que há esperança.
    Assim como a noite é derrotada pela madrugada, ou como o inverno é conquistado pela primavera, ou como a escuridão é dominada por qualquer grau de luz, eu sei que você pode prevalecer sobre tudo isso.
    E mais, eu sei que você pode ser uma pessoa melhor por causa disso.
    Nossas vidas são uma jornada na terra. À medida que avançamos, não só no sentido figurado, experimentamos a geografia da vida: a alegria de altas montanhas, a tranquilidade dos prados calmos, o isolamento de abismos traiçoeiros, mas também experimentamos as estações da vida: a esperança da primavera, a abundância de verão, a colheita de outono, e sim, a escuridão e a depressão do inverno.
    Assim como continuamente experimentamos a mudança das estações, também experimentamos o contraste entre abismos e montanhas muitas vezes em nossas vidas. Alguns invernos e abismos duram mais tempo do que outros, é verdade. Mas como alguém que frequentemente luta contra a depressão, eu posso prometer-lhe que a primavera vem e que há caminhos para fora dos abismos em direção à luz.
    Eu disse que você caminha para ser uma pessoa melhor, como resultado de sua depressão. Eu quis dizer isso. Tendo lidado com depressão há mais de 20 anos, posso dizer com confiança que a minha depressão me deu uma apreciação incomparável pela vida.
    Se você se mover para frente, tendo em mente que o sol vai nascer na sua alma, eu lhe asseguro que um dia, você vai ficar no cume de uma montanha figurativa e olhar para trás na viagem da sua vida. Você vai ver a razão de seus abismos de depressão e perceber que eles lhe ensinaram coisas que de outra forma não poderia ter aprendido. E, para sua surpresa, você vai ver como suas experiências com a depressão, por mais escuras e dolorosas que eram, só contribuíram para a beleza total de sua vida.
    Pois não são as mais belas vistas aquelas que estão cheias de montanhas, vales, abismos e toda a maravilhosa variedade?
    Para todos os que estão lutando com a depressão ou pensamentos suicidas: você não está sozinho. Estamos todos juntos nesta viagem. Eu prometo a você que há esperança. Vamos nos achegar um ao outro e caminhar juntos na luz do sol.

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